A Era do Aço: Explorando o início da Siderurgia
Segundo o que conta a ciência, os primeiros contatos dos seres humanos com o ferro foram, de forma curiosa, através de meteoritos. Esses pedaços cósmicos que caem do céu, contêm ferro, geralmente combinado com níquel em teores de 5 a 26%.
Essa descoberta levou à origem do termo "siderurgia", utilizado para descrever o processo de fabricação e tratamento de aços e ferros fundidos. A Palavra é derivada do termo latino "sider", que significa astro ou estrela.
A siderurgia teve início a muito tempo atrás, mas ganhou força quando as civilizações humanas perceberam que o bronze, que era o material utilizado para fabricação de ferramentas e armas, não era tão resistente quanto ao aço - metal derivado do ferro. Esse material versátil logo começou a ser utilizado para a fabricação de ferramentas e armas, impulsionando o desenvolvimento tecnológico das sociedades antigas.
No entanto, foi apenas em 1856 que um marco significativo na indústria siderúrgica ocorreu, graças ao engenheiro metalúrgico inglês Henry Bessemer. Ele desenvolveu o Conversor Bessemer, um equipamento que revolucionou a produção de aço em larga escala. O conversor permitia a remoção eficiente de impurezas do ferro pelo processo de oxidação, através do sopro de ar quente no ferro gusa líquido.
Sua invenção teve um impacto profundo e transformador na indústria siderúrgica, tornando o possível a produção do aço em grande escala e impulsionando o desenvolvimento tecnológico e industrial. O aço passou a ser um dos materiais mais importantes para a construção segura de edifícios, pontes, máquinas, automóveis e diversos outros avanços que marcaram a Revolução Industrial.
Impulsionada pelas indústrias em expansão e crescente urbanização, a demanda por aço aumentou exponencialmente. Países ao redor do mundo perceberam o valor da produção do aço em suas economias e investiram na expansão do setor, fazendo surgir os gigantes da siderurgia.
No início de 1900, a produção e utilização do aço continuou a crescer, intensificando-se em função da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Tratava-se de um material fundamental na construção dos veículos militares, navios e armas. Com o fim da guerra, a indústria automotiva e de construção civil passaram a ser as principais impulsionadoras do consumo de aço.
Posteriormente, o desenvolvimento de novas ligas ampliou ainda mais as aplicações desse material versátil. O aço inoxidável, por exemplo, ganhou destaque em aplicações que exigiam resistência à corrosão, como na indústria química e na fabricação de equipamentos médicos e culinários.
À medida que a tecnologia continuou avançando, novos métodos de produção de aço surgiram, como o processo de oxigênio básico, o forno elétrico a arco e a redução direta, tornando a siderurgia ainda mais eficiente e sustentável.
Atualmente, a indústria siderúrgica é um dos pilares fundamentais da economia global, com capacidade de produção de bilhões de toneladas de aço por ano e o aço está presente em quase todos os aspectos da nossa vida moderna, desde estruturas imponentes até pequenos objetos do dia a dia. (ver se tem algum link interno de artigo)
No Brasil
No Brasil a exploração do ferro sempre foi propícia e as primeiras usinas começaram a se desenvolver após a chegada da família real portuguesa. Mas foi entre 1917 e 1930, com o surto industrial, que o emprego do material passou a acontecer em escala industrial.
Em 1930 um grande aumento na produção siderúrgica nacional foi possibilitada pelo crescimento da Belgo-Mineira, que em 1937, inaugurou a usina de Monlevade, cuja capacidade inicial era de 50 mil toneladas anuais de lingotes de aço. Como, apesar disso, o Brasil continuava muito dependente de aços importados, em 1946 a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda – RJ, mudou esse cenário.
Em 1950, um novo marco de um ciclo de crescimento da siderurgia no Brasil pode ser considerado. A produção nacional de aço bruto alcançou 788 mil toneladas e levou a uma fase de crescimento continuado. Dez anos depois, a produção triplicou e passados mais dez anos, em 1970, eram entregues ao mercado 5,5 milhões de toneladas de aço.
Atualmente o Brasil conta com o maior parque industrial de aço da América do Sul, figura como o maior produtor da América Latina e nono produtor de aço no mundo.
Embora os muitos avanços desde o início da fabricação do aço, a jornada da siderurgia continua em evolução! Novas tecnologias, como a produção sustentável de aço com menor impacto ambiental, têm sido o foco de desenvolvimento para atender às necessidades do presente e do futuro.